A professora de Geografia, Fabiana Rocha, que é moradora de Carapicuíba, viralizou nas redes sociais, após mostrar em uma publicação materiais 100% táteis que ela mesma desenvolveu para dar aulas para um aluno deficiente visual no Colégio Mario Schenberg, que fica em Cotia.

“Comecei a pesquisar, estudar, criar e saiu os primeiros materiais. Gráficos com diversas texturas (E.V.A com gliter, felpudo, liso). Pirâmides etárias de Lego, Mapas com divisões em linhas e grãos (feijão, milho etc) entre outros…chegou no dia da prova, confesso que eu estava com frio na barriga. Não sabia se conseguiríamos utilizar o material…”, disse a professora.

Foto: Reprodução redes sociais – Fabiana Rocha

Fabiana passou a dar aulas para Nathan, após três salas serem inclusas sua carga horária. Ela contou ainda que o aluno conseguiu fazer a prova com os materiais adaptados criados por ela: “no decorrer da avaliação fui utilizando o material aliado aos conteúdos vistos em sala e me emocionei presenciando ele responder a TODAS as questões com o auxílio do material tátil…No final da prova ele chorou, agradeceu por eu ter feito o material para ele e eu chorei junto em saber que venci um obstáculo dentro da inclusão na educação”.

Reprodução: Redes Sociais – Fabiana Rocha

Confira na íntegra o texto publicado pela professora na segunda-feira passada, 16 de setembro:

Conheci o Nathan há 4 meses, em uma das escolas que dou aula… Passou a ser meu aluno após uma atribuição de mais 3 salas para minha carga horária.

Comecei as aulas em sua turma e meu maior desafio era ensinar Geografia para um aluno cego…Quem me conhece sabe o quanto AMO ser professora e como não consigo conceber a ideia de um aluno ser excluído de alguma maneira das minhas aulas e do processo de ensino e aprendizagem.
Na escola em questão a metodologia de ensino é apostilada e eu voltava todos os dias frustada para casa, pensando em como ensinar à ele de uma maneira que pudesse incluí-lo…

Até que chegou o período de provas e montando uma prova de uma determinada turma onde eu estava utilizando gráficos e pirâmides etárias eu tive uma ideia…
Fazer um material tátil para ele!
Comecei a pesquisar, estudar, criar e saiu os primeiros materiais.Gráficos com diversas texturas(E.V.A com gliter, felpudo, liso) Pirâmides etárias de Lego, Mapas com divisões em linhas e grãos (feijão, milho etc) entre outros…

Chegou o dia da primeira prova, confesso que eu estava com frio na barriga…Não sabia se conseguiríamos utilizar o material, mas quando ele se sentou na minha frente e eu disse “Nathan preparei algo diferente para você” o sorriso dele me trouxe a certeza que daria certo… Ao decorrer da avaliação fui utilizando o material aliado aos conteúdos vistos em sala e me emocionei presenciando ele responder a TODAS as questões com o auxílio do material tátil… No final da prova ele chorou, agradeceu por eu ter feito o material para ele e eu chorei junto em saber que venci um obstáculo dentro da inclusão na educação…
Estamos finalizando o terceiro bimestre e ele tem crescido muito ! Hoje já temos atlas em braille e leitura de gráfico com Lego, mas o que não nos falta é a alegria e compromisso no ensinar e aprender.

Na sexta feira ele me deu esse quadro, disse que queria ter me desenhado (chegou a me perguntar como era meus traços ) mas que resolveu não fazer pois sempre quando pensa no meu rosto não “enxerga” olhos, nariz e boca mas uma luz….
Esse quadro é mais que um presente é um sentimento de dever cumprido.

Ser professor nos dias de hoje é mais do que ser Luz !
Educar é criar pontes de possibilidades e eu amo isso ♥️”


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