Uma iniciativa que une produtores rurais a quem mais precisa e tem como elo, além de ponto de encontro, a escola. É assim que o projeto Ponta a Ponta distribui, todas as sextas-feiras, cestas com frutas, verduras e legumes para cerca de 65 famílias em situação de vulnerabilidade das comunidades da região do Alto da Lapa, na capital.
No pátio da Escola Estadual José Monteiro Boanova, os voluntários chegam cedo para organizar os alimentos e receber as famílias. A vice-diretora da unidade de ensino, Sol Horti, foi quem iniciou o projeto.
“Percebi que muitos produtores estavam perdendo os alimentos por conta da queda na demanda desde o início da pandemia. Por outro lado, eu conhecia famílias que precisavam muito de um complemento na alimentação e resolvi unir essas duas pontas. Começamos uma campanha de arrecadação e passamos a comprar esses alimentos para distribuir. Como precisávamos de espaço, conversei com o diretor, dialogamos com a comunidade escolar e passamos a usar o refeitório para entregar os alimentos.”, explica a vice-diretora.
Uma das beneficiadas, a dona de casa Amanda Venâncio conta que receber a cesta fez com que a família pudesse experimentar novos sabores. “No começo eu sequer sabia o nome de algumas verduras. Hoje, já conheço mais coisas e me arrisco preparando tudo de várias maneiras em casa, como suco de beterraba e sopa de mandioca, por exemplo”, salienta.
Atendimento
Para Antônio Guedes Filho, produtor de Mogi das Cruzes e que semanalmente leva hortaliças como alface, couve, rúcula, manjericão, entre outras para a escola, todos saem ganhando com a ideia. “É uma sensação muito boa saber que a gente trata o alimento com carinho na terra e ele vai da mesma forma para a mesa de alguém que está precisando”, disse ele.
Ainda para a vice-diretora, mesmo após a retomada das aulas na unidade, o projeto deve continuar atendendo as famílias. Além do Ponta a Ponta, outras iniciativas também estão “germinando” no espaço escolar.
“Nós já estamos planejando começar uma horta comunitária, assim vamos poder atender ainda mais pessoas. Mesmo quando o espaço voltar a receber alunos, queremos manter essas iniciativas acontecendo aqui para reafirmar a escola como um local comunitário, de acolhimento e que pertence a todos”, finaliza.
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