As cooperativas possuem um sistema de funcionamento diferente dos bancos tradicionais.
São formadas por um conjunto de associados que almejam um objetivo em comum, e estas, visam beneficiá-los em operações de menor custo em comparação às do mercado.
Ao observar o grande volume das cooperativas adentrando na nova modalidade de pagamentos no Brasil, o PIX (Sistema de Pagamentos Instantâneos) com parâmetros europeus, baseados na TIPS, percebe-se a possibilidade de competição mais equilibrada entre os players do setor e a busca pela fidelização de seus associados.
Por exemplo, a Sicredi, uma participante direta por ter mais de 500 mil clientes, e as cooperativas de menor escala, poderão oferecer PIX, como uma ferramenta de inclusão financeira em níveis iguais.
Desta forma, as maiores cooperativas terão agora que promover outros atrativos para chamar a atenção de seus associados.
Um ponto relevante a se destacar é a quantidade de cadastros já realizados em instituições financeiras, que já passa da casa dos 50 milhões, de acordo com o Banco Central.
A preocupação com a fidelidade é um ponto bem relevante, por mais que não seja assumido, já que, tais cooperativas por si próprias não possuem um intermediário financeiro, como banco, financiando, por exemplo, um projeto de moradia.
Estas dependem exclusivamente de seus associados.
De acordo com as regras do PIX, ao cadastrar sua chave, que pode ser o seu CPF, por exemplo, em uma cooperativa ou em outra instituição financeira, o cliente não poderá usar a mesma informação para cadastro em outra empresa.
Assim, se observa uma corrida para a retenção de clientes, na busca por se manter seu ativo intangível.
Dado que, apesar das cooperativas também poderem oferecer facilidade aos seus associados no que se diz a respeito de transações financeiras, já que o PIX permite ter um sistema de 24/7/365, a briga pelo ativo intangível é um fator obscuro que vem não só afetando as cooperativas, mas as demais instituições financeiras.
Agora, o ponto que se coloca estará relacionado a quais benefícios serão gerados, além do PIX, para os seus associados.
Pois, uma vez que os associados já tenham custos mais baixos em relação aos não associados, a maior competição tenderá a trazer um leque de novas possibilidades e oportunidades para estes clientes.
Por: João Victor Alves de Oliveira (membro) e Nadja Heiderich (professora e coordenadora) do Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica (NECON) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP)
Fonte: Jornal Contábil
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