O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) sofreu queda de 2,09%. Se caso for confirmado, o reajuste salarial mínimo poderá sofrer uma queda em 2021.
Para o ano que vem está previsto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) um salário mínimo de R$ 1.079. O valor é de acordo com a variação para o INPC de 3,28% em 2020. O salário atual está em R$ 1.045,00.
Mas, se a previsão para o INPC ficar concretizada, o salário no ano que vem terá uma redução, caindo para R$ 1.066,84 (R$ 12,15 menor que foi estimado em abril de 2020, R$ 1.079,00).
O governo acabou em 2019 com a política de reajuste real do salário mínimo. Agora o valor salarial se limita a seguir a determinação da Constituição, que fala em preservação do poder aquisitivo do trabalhador.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi quem implementou o ganho real do salário mínimo informalmente, no ano de 1994, logo após a adoção do Plano Real. Em seguida as gestões petistas oficializaram a medida.
Sem ganho real no salário mínimo, o governo consegue um alívio financeiro, uma vez que o aumento do salário mínimo reajusta automaticamente benefícios previdenciários e assistenciais. Para cada R$ 1 de aumento no valor do mínimo, o governo amplia em cerca de R$ 355 milhões as despesas por ano.
Poder de compra inalterado
Mas, se acontecer esta redução, não irá significar que o trabalhador irá receber menos, até porque, o reajuste do salário mínimo varia de acordo com o aumento dos preços, registrados a partir das taxas de inflação.
O índice de inflação (aumento geral no nível de preços) é que vai confirmar o poder de compra dos trabalhadores.
O DIEESE através de cálculos mostra que mais de 49 milhões de brasileiros vivem só com um salário mínimo. Na verdade, o salário mínimo deveria estar em mais de R$ 4.000,00 por mês, não o valor atual de R$ 1.045,00.
O governo leva em conta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação do ano anterior, para calcular o salário mínimo.
Fonte: Jornal Contábil
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